Póstroika - reinventar a sociedade
Primeiro, convido-vos a ver o pequeno filme "Póstroika" da DialogueStudio:
"O lixo diminuiu um quarto, em Reiquiavique. As prateleiras dos supermercados deixaram de ter tantos produtos importados. Algumas famílias começaram a cultivar quintais. E a tricotar camisolas. Os Range Rovers agora chamam-se game-overs. Consumir? "Isso é tão 2007..." Os bancos faliram, as famílias entraram em bancarrota, o Estado estremeceu. Veio o FMI, mas o sistema de proteção social não mudou. Democracia: é a receita dos islandeses para sair da kreppa, o nome islandês da crise. Os banqueiros vão ser julgados. O anterior primeiro-ministro vai ser acusado. A Constituição está a ser revista por cidadãos comuns. A pequena ilha nórdica quase foi ao fundo, mas está a reinventar-se"
Depois, convido-vos a ler na íntegra o artigo de Paulo Pena na Visão do passado dia 3 de Maio, sobre a Islândia e intitulado "A crise levou o dinheiro, mas não a criatividade", do qual transcrevo apenas o lead :
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Foto de Bára Kristindóttir, digitalizada da revista Visão |
Cara Manuela,
ResponderEliminarInterrogo-me porque somos tão cegos, tão passivos, tão tolerantes e submissos. Será que nada vai acontecer por iniciativa do nosso povo e "tudo" se irá resolver pela auto-dissolução do sistema? Ou será que vai ficar tudo na mesma, no mesmo circulo vicioso seguindo os passos de outros igualmente condenados?
O meu post de ontem (até agora não recuperado) avançava com (parte) da explicação para tanta subserviência, que entendo ser só aparente...
Fiz link, quer o video que o texto merecem o meu destaque.
ResponderEliminarFinalmente consigo deixar comentário.
ResponderEliminarIsto esteve a funcionar muito mal...
Muito bom este post, é inacreditável ao que tudo chegou até agora. Nós, os cidadãos tb nãp temos desculpa por "deixar" tudo entregue a "selvagens" que ao longo de tantos anos deram sempre indícios de má gestão.
A falta de ética impera até quando?
Deixo aqui alguns dos roubos praticados e que continuarão calmamente se "nós" deixarmos.
as parcerias público-privadas:
http://www.youtube.com/watch?v=DRJabe-QrsM&feature=related
e uma opinião sobre o FMI:
http://www.youtube.com/watch?v=j5UXw_lGxM8&feature=youtu.be
Pois eu sei muito bem o que é ter criatividade sem dinheiro. As coisas da Alma e do Espírito não se podem misturar com o EGO!
ResponderEliminarA criatividade é um sopro dirigido a nós directamente do Divino... a Inspiração. Inspirar, quer dizer tomar para dentro de nós... algo tão importante como respirar... ou quase.
Infelizmente a Sombra do ego paira! e paira a um nível devastador de tal forma, que a criatividade fica muito reduzida. Quando o materialismo, o medo se impõem, até tenho receio de pensar em responder ás perguntas do Rogério, bem cá dentro ... temo o pior. A hipnose colectiva é de tal ordem, que o Povo já não se importa com nada no que toca a Padrões de Valores e de Ética... esqueceu-se da Alma. Assustador! Este País está assustador. A subserviência é algo muito mesquinho e quando está inculcada no Inconsciente Colectivo, as respostas são muito negativas.
Como pode um Povo reinventar-se se tem os poucos momentos de sossego em frente de uma TV, que os induz a tudo o que é mau, ou estão a jantar a olhar para as desgraças do mundo?!
Não isto não é a Islandia. Este povo está alienado. Nada de bom auguro... e continuarão lá os mesmos de sempre, a afundar o "barco" para confirmar o que digo.
Aqui está mais um exemplo a corroborar que em Portugal tudo passa impune!
ResponderEliminarOlá! Há muitos anos aqui no Brasil as pressoas tem sido crativas devido a situações absurdas que se sucederam uma à outra.. nos anos 80 quando havia hiperinflação, as famílias compravam produtos de consumo em enorme quantidade para esticar e muita gente trocava produtos em vez de comprar porque os preçcos mudavam todos os dias, sempre para cima. Nessa época toda a economia era indexada, o que gerava gatilhos de preços e gatilhos salarias. Agora que se está falando muito do Brasil e que começcamos a aparecer nos noticiários de outros países os brasileiros estão deixcando a criatividade um pouco de lado para comprar, comprar, comprar.... è uma pena... e o crédito excessivo no país unido à falta de consciência sobre consumo consciente começca a gerar problemas cada vez mais graves...
ResponderEliminarEu estou num projeto de ficar um ano sem comprar como uma forma de refletir e fazer uma autocrítica. Se tiveres interesse dê uma olhada e me diga o que pensa.
Amiga Manuela!
ResponderEliminarEste sim é um exemplo a seguir.
Pergunto-me ... o que vai acontecer aos políticos e toda esta canalha que nos deslapidou toda a riqueza???
NADA !!!!
Como eu gostava que este povo acordasse de vez...
Beijinhos
Ná
Bravos como vikings, pelo que podem ver a seguir:
ResponderEliminarA partir daí, e de modo muito mais virulento que no ano passado, multiplicam-se as pressões para forçar o povo islandês a inverter o seu voto. Todas as ameaças valem: bloqueio das exportações islandesas, nomeadamente dos produtos da pesca; travagem da ajuda financeira do FMI; bloqueio das negociações de adesão à União Europeia (quando se vê como a Grécia e a Irlanda são ali tratadas, isto é ao invés um coisa boa!), etc. E depois, diz-se aos islandeses, vocês devem compreender que o Reino Unido e os Países Baixos fizeram um importante gesto de generosidades para convosco. Estes dois países não irão mais longe e, se vocês disserem não, o caso prosseguirá diante dos tribunais, onde a factura certamente será mais salgada.
E, como se tudo isso não bastasse, eis que as agências de classificação imiscuem-se no voto islandês. Num comunicado datado de 23 de Fevereiro, a agência Moody's não é nada suave: "Se o acordo for rejeitado, sem dúvida desclassificaremos a nota da Islândia a Ba1 ou mais abaixo, tendo em conta repercussões negativas que se seguiriam para a normalização económica e financeira do país". E a agência acrescenta que, em caso de voto positivo, elevaria sem dúvida a perspectiva da nota actual (Baa3) para "estável" contra "negativa".
Tudo isso sem recordar a imposição que em 2009 levou os irlandeses a adoptar por cansaço de guerra o Tratado de Lisboa. Sem retomar um por um os argumentos evocados acima, há um que merece ser retido: o Reino Unido e os Países Baixos processariam a Islândia perante tribunais e ganhariam. Uma tal afirmação, contestada por numerosos juristas, supõe que estes dois países estivessem no direito de exigir que a Islândia transformasse uma dívida privada em dívida pública. Nada é menos certo. E mesmo se se chegasse a "provar" isso triturando os textos europeus, será que é moralmente aceitável que os contribuintes islandeses fossem constrangidos a quitar uma tal dívida?
É inegável que o acordo proposto aos islandeses é mais favorável que o anterior, sob a reserva contudo de que a taxa proposta seja uma taxa fixa. Mas a verdadeira questão não está aí: mesmo com condições de reembolso aliviadas, uma dívida ilegítima permanece ilegítima e não deve ser paga. Se o povo islandês emitir um novo voto negativo, este será um sinal forte para outros países europeus estrangulados pela dívida. Sem dúvida é isto que mais temem os mestres das finanças [1] , daí o encarniçamento em exigir o reembolso de uma soma que acaba por ser bastante modesta, se se comparar com as fortunas que o governo britânico gastou para salvar os seus próprios bancos.
Aqui:
http://resistir.info/islandia/chantagem_odiosa_09mar11.html
Este artigo diz muito...
ResponderEliminarDeputado alemão envia carta a Sócrates a pedir que Portugal rejeite pacote de ajuda.
(...)E deixa um aviso relativamente ao crescimento dos partidos e de movimentos populistas e nacionalistas, caso sejam cada vez mais pedidos esforços adicionais. "Sendo estes [partidos] coroados de êxito, a Europa ficaria ameaçada por um futuro hediondo e obscuro", adverte... Aqui está o artigo integral
Convém ler também esta mensagem. Os gregos já nos podem ensinar qualquer coisa e para isso fizeram um filme. Para não falar nos islandeses claro...
ResponderEliminarFada, obrigada pelos links.
ResponderEliminarBons exemplos a seguir.
Sustentabilidade também é cidadania.
Olá Rogério, Ana Teresa, Fada, Marina, Ná e David
ResponderEliminarMuito obrigada pela visita e pelos comentários, e em especial ao Rogério pelo link que fez no seu excelente blogue Conversa Avinagrada, e à Fada pelas sábias reflexões e links que partilhou.
Quanto à esperança que o Povo acorde, confesso que tenho muito, muito pouca... talvez acorde daqui a uns anos, quando isto estiver ainda pior do que agora.
Desengane-se, pois, quem julga que chegámos ao fundo do poço... mas havemos de lá chegar, pois estamos bem lançados, e então o Povo acordará!
Uma boa semana a todos :)