Alimentação - A vida fora de controlo
(Este post foi aqui publicado em 15 de Novembro de 2009, mas julgo que merece um novo ânimo , pelo que o republico. Se ainda não viram, não percam o documentário, com o testemunho, entre outros, de Vandana Shiva)
Em vésperas do início da Cimeira Mundial sobre Segurança Alimentar, encontrei a Declaração de Roma Sobre a Segurança Alimentar Mundial e Plano de Acção da Cimeira Mundial da Alimentação de 1996. Nesta cimeira e numa altura em que havia 800 milhões de pessoas com fome, os chefes de estado comprometeram-se a reduzir este número para metade até 2015. Já passaram 13 anos, faltam menos de 6 anos para 2015, e o número de pessoas numa situação de fome crónica subiu para 1000 milhões.
Nesta nova cimeira, expliquem ao mundo porque falharam tão redondamente! Pois só depois de entenderem isso, poderão traçar novas estratégias eficazes para combater a fome.
De acordo com a FAO, "Segurança Alimentar existe quando toda a gente, a todo o tempo, tem acesso a alimentação segura, nutritiva e suficiente para satisfazer as suas necessidades e preferências alimentares para uma existência activa e saudável".
Já todos sabemos que a quantidade é insuficiente, a todo o tempo, para mais de mil milhões de pessoas. E já todos saberemos que não é segura para muitas mais? Saberemos o que os OGM (organismos geneticamente modificados, GMO) e as grandes multinacionais do ramo estão a fazer à saúde, à biodiversidade, à economia, aos agricultores?
Se vir a reportagem de 2004 "A vida fora de controlo" (em baixo), vai entender um pouco. Se quiser ler o excelente texto de Ecila no post "O Futuro da Alimentação" no blogue Alice In My Head, e se vir o respectivo filme, entenderá um pouco mais.
(Documentário recolocado em 22/5/2013)
Cara Manuela Araújo,
ResponderEliminarÉ a primeira vez que visito o seu blogue. Congratulo-a pela qualidade do mesmo, dada a elevada importância dos temas aqui abordados.
Pode contar comigo sempre que deseje a minha participação em actos de solidariedade. Não vou comentar todos os Seus posts neste momento, os quais classifico de importância, repito, relevante, em virtude de querer fazê-lo num momento de maior disponibilidade de tempo. Contudo estarei à Sua disposição sempre que, mesmo vivendo no Reino Unido, a minha participação seja útil. Fico ao Seu incondicional dispor.
Maria Letra
www://caminhosdecristal.wordpress.com e
http://marialetratome.wordpress.com
Um abraço muito fraternal.
Maria Letra
Olá amiga Mané. É verdade. Tanta gente a passar fome. Até em Portugal. ao ponto que isto chegou. Como disse ao RUI, pouco ou nada (valerá) a pena fazer greves de fome enquanto nos locais próprios, ONU, FAO, os que têm vós, não baterem com o tacão do sapato. Isto só vai com barulho nas salas e pôr a comunicação a favor de quem protesta. Isto já não vai com palavras boa. Infelizmente, não é o meu habito mas começo a pensar que tem que ser.
ResponderEliminarJá não é a primeira vez que escrevo o que vou escrever, e sempre que escrevo alguém fica chocado porque pensa que sou um "louco" ou então algum tipo de "assassino em massa": Somos seres humanos a mais para este Planeta.
ResponderEliminarE se isto já está assim hoje, no futuro próximo estará pior pois com o aumento previsto da população mundial então... não existirá forma de alimentar todos esses seres.
Ilustro - O que faz a espécime humana para controlo de pragas no milho? Alterou e altera geneticamente o ADN do milho para que produza o seu próprio "pesticida"... resultado? Acaba-se por controlar a praga alvo, em alguns casos até se extingue, mas também se acaba por levar de arrasto outras espécies que nada têm a ver com a praga. Eficaz? Para mim não...
Outra questão: O que irá fazer a Natureza para se livrar da Praga?
Como diz Ken Robinson no vídeo TED, se todos os insectos fossem extintos do Planeta, a vida na Terra desaparecia, mas se os humanos se extinguissem, a vida na Terra florescia. A Terra tem de ser respeitada e nós não fazemos isso!
ResponderEliminarAinda nao tinha visto "A vida fora de controlo", ainda por cima com locucao em português, muito bom também, obrigada :)
ResponderEliminarTemos é que encontrar formas sustentáveis e justas de combater o problema da fome (distribuicao justa e altruista, incentivo à agricultura local e familiar, etc), pois todos as solucoes económicas que nao tenham a sustentabilidade como prioridade, vao resultar em consequências muito caras para todos.
Excelente... como sempre, aliás!... entretanto, deixo um pequenino desafio no A Nossa Candeia :)
ResponderEliminarAbraço
Cara Maria Letra
ResponderEliminarMuito obrigada pela visita e pelo seu amável comentário. Há de facto muitas causas e assunto que é preciso divulgar, por isso agradeço desde já a disponibilidade demonstrada. Já fiz uma visita aos seus blogues, tendo verificado que se dá bem em áreas tão distintas como a poesia e a culinária, passando por temas da actualidade e contos infantis. Parabéns e um grande abraço.
Caro Fernando Teixeira
ResponderEliminarTemos de levantar a voz, de juntar as vozes e berrar. Mas que de forma pacífica.
Um abraço
Voz a O db
ResponderEliminarEu de facto não gosto que se diga que somos gente a mais. Porque, apesar de ser verdade que a população cresceu muito, eu não poderei nunca identificar quem estará a mais. E esse pensamento leva-me a pensar nos "extermínios" que ditadores e guerras praticaram e praticam. Não, não gosto de pensar que somos demais. Ainda por cima, o planeta tem capacidade de alimenta TODA a população existente! Estamos é mal distribuídos, a riqueza e a alimentação estão mal distribuídas.
E agora, a verdadeira praga, não serão alguns poucos homens e algumas poucas empresas quererem ter todo o poder e dinheiro do mundo? Servem-se agora da biotecnologia para monopolizarem sementes, espécies, e exterminarem outras?
É preciso que se saiba que não são necessários transgénicos para alimentar o mundo. É preciso é que se retire poder a quem já o usurpou em demasia.
Fada do Bosque
ResponderEliminarDigo-te o que disse a Voz a 0 db.
Beijos
Ecila
ResponderEliminarEstou plenamente de acordo consigo, e agradeço-lhe ter-me proporcionado debruçar-me sobre este tema tão importante.
Ana Paula Fitas
ResponderEliminarMuito obrigada por esse desafio que me fez, e que me vai pôr a pensar para não a repetir :)
Um abraço
Estimada Manuela: Visito tu blog por primera vez, me parece importantísimo el tratamiento que le das a estos temas que son la preocupación de tantos y de los que muchos se ocupan, aunque no somos los suficientes para poder revertir esta situación alarmante.
ResponderEliminarHay mucho por hacer y por difundir y lo estás haciendo muy bien y en forma muy comprometida. Desde el hemisferio sur te mando un saludo cariñoso y contá con mi apoyo desde mi blog.
Olá Cris
ResponderEliminarMuito obrigada pela passagem aqui por "Portugal" e pelas palavras tão gentis que deixou cá.
Precisamos todos de estar atentos e divulgar o cuidado necessário com o planeta, mas também precisamos de ver e ouvir belas palavras e imagens como as que tem no seu blogue Porque quiero más.
Um grande abraço.
Sobre este assunto, se quiserem ler o artigo de Durão Barroso no The Guardian, de hoje, está aqui: Biodiversity – insurance against hunger.
ResponderEliminarExcelente, sim, Manuela. Informação importante e útil, temas urgentes e interessantes.
ResponderEliminarPor acaso, vi esta reportagem, quando passou na TV. Acho que o mundo vai ter que mudar mesmo, mas essa mudança demora a fazer-se sentir, infelizmente.
Há tantos a morrer de fome, e tantos outros a alimentarem-se tão mal!
Grata pela partilha :) Um abraço
Olá Manuela!
ResponderEliminarPenso que a fome se deve apenas à mão do homem e interesses de alguns governos e empresas.
Senão vejamos:
África é um continente rico ao nível de recursos e mesmo assim é o continente cheio de problemas que conhecemos. Se não houvesse interesses "superiores", aquele continente poderia ter já atingido outro nível de desenvolvimento.
Posso concordar que efectivamente somos demasiados habitantes para o planeta Terra,mas atenção! somos demasiados para o nível de vida que uma parte pratica.É claro que a Terra não possui recursos nem os consegue renovar com a mesma velocidade com que os estamos a destruir actualmente.
Por isso a solução tem de passar pela redução, ou continuaremos com o mesmo problema que temos vindo a enfrentar até agora: 20% das pessoas gastam 80% dos recursos mundiais e os outros 80% que se "lixem".
P.S Não sei se a percentagem é efectivamente esta.
Ana Paula Sena
ResponderEliminarEu não tinha visto na TV, mas ainda bem que a Ecila me apresentou a "plataforma transgénicos fora", tem lá muitas reportagens interessantíssimas. Temos de ser nós, os que estamos minimamente atentos, a ser os agentes da mudança. Mas ainda somos muito poucos.
Obrigada eu, e um abraço.
Ana
ResponderEliminarEstou plenamente de acordo com o que diz. Quanto à percentagem que fala, infelizmente não sei os números reais, mas julgo que ainda são piores do que os que apontou.
Muito obrigada pelo contributo.
Um abraço.
O filme desapareceu do servidor, tal como todos os da Plataforma Transgénicos Fora. Fica hoje nova versão legendada em português
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