HPI - O Índice de Felicidade do Planeta (Happy Planet Index)
Há um país, o Butão, que desde 1972 prefere medir o seu grau de desenvolvimento, não com o PIB, mas com o FIB - Felicidade Interna Bruta, uma nova maneira de avaliar a riqueza de um país que tem em consideração não só os aspectos económicos, mas também os ambientais, culturais, psicológicos e espirituais. Não parece muito mais justo e sério que o PIB?
Entretanto, surge o HPI (Happy Planet Index ou Índice de Felicidade do Planeta), uma medida do desenvolvimento das comunidades ou países que leva em linha de conta três factores fundamentais: a esperança de vida (saúde), a satisfação com a vida (felicidade), e a pegada ecológica (ambiente).
Não percam a excelente palestra de Nic Marks no TED, sobre o Happy Planet Index - um novo modo de avaliar o desenvolvimento (legendas em inglês, francês, italiano e espanhol). Temos de saber e divulgar para exigir esta mudança aos políticos.
Os resultados estão tão longe de se relacionar com o PIB, que não podemos deixar de concordar com o professor Valdemar Rodrigues quando diz que o PIB é uma falácia. Com base no relatório Happy Planet Index 2.0, a Costa Rica é o país mais feliz do mundo. No entanto, consome apenas 1/5 dos recursos per capita) em relação aos Estados Unidos ou à Europa Ocidental.
Vejamos então como ficam ordenados alguns dos 143 países analisados em termos de HPI:
- 1º - Costa Rica
- 2º - República Dominicana
- 3º - Jamaica.
- 9º - Brasil
- 20º - China
- 43º - Holanda (o país mais feliz da Europa)
- 74º - Reino Unido
- 75º - Japão
- 76º - Espanha
- 89º - Canadá
- 98º - Portugal
- 102º - Austrália
- 114º - Estados Unidos da América
- 130º - Angola
- 133º - Moçambique
- 141º - Botswana
- 142º - Tanzânia
- 143º - Zimbábue
Seria um bom começo :-)
ResponderEliminarOra uma boa medida para medir o nosso desenvolvimento de modo real!!!
ResponderEliminarO que interessa se somos ricos, se não somos felizes?
O que interessa se somos pobres, se vivemos a vida com um sorriso nos lábios e a felicidade estampada no rosto?
O que interessa o quanto produzimos, se somos felizes a fazê-lo, trabalhando para viver em vez de vivendo para trabalhar?
Óptima ideia e hei-de blogar sobre isto. Entretanto fica a partilha no Facebook.
Tudo de bom Manuela e que sejas muito feliz na tua tarefa de mudar o mundo!!! :D
Mãe da Rita
ResponderEliminarAcho que sim, se todos os países tivessem como objectivo aumentar o HPI e esquecessem o "diabo" do PIB!
Olá Sónia
ResponderEliminarNão consigo entender o objectivo dos ricos que querem ser cada vez mais ricos... ultrapassa a minha inteligência... ou não será que eles sofrem da pobreza moral que lhes dá o direito de "possuírem" o que deveria ser de tantos?
Já viver sem luxos, mas ter as necessidades básicas e fundamentais satisfeitas (alimentação, saúde, educação, justiça,...), permite a felicidade. Mas na realidade isso não é bem pobreza, apenas o é quando comparado com os que têm demais em relação à quota parte que lhes compete.
Agora pobreza mesmo, como vivem mais de mil milhões de pessoas neste planeta, não dá qualquer possibilidade de felicidade... como se vê pelos países de África que estão no fundo da tabela. É de uma profunda injustiça que tal aconteça num mundo "globalizado" onde (ainda) há recursos que chegariam para todos, se não estivessem na "posse" , legal(será?) mas ilegítima, de uns quantos.
Muito obrigada Sónia, pelas suas palavras: cá vamos tentando mudar um pouquinho do mundo que está ao nosso alcance.
Um abraço e obrigada pela visita
Ainda desconhecia esta TED talk, mas realmente é óptima, adorei ver!
ResponderEliminarPor vezes é díficil explicar às pessoas que o progresso não é só desenvolvimento económico e este video é mais uma grande ajuda!
Esperemos que mudança do PIB para o HPI esteja para breve! (:
Muito obrigado!
Nelson
Nunca é demais promover este foco na qualidade de vida e na liberdade dos cidadãos(a China teve crescimentos de PIB na ordem das dezenas, com a sua pena de morte e censura por trás).
ResponderEliminarA Costa Rica é sem dúvida um país que me intriga há anos. A par da Islândia é um país que tem quase 100% da electricidade vinda de renováveis (é exportador), é a capital mundial do ecoturismo, mostrando aos vizinhos caribenhos como se faz turismo competitivo sem destruição social e paisagística, é uma das democracias mais velhas do mundo em continuidade e um oásis de estabilidade e prosperidade em relação aos vizinhos, com os mais altos indicadores de saúde e educação, 25% da área do país são reservas naturais e é o primeiro lugar habitual do EPI, para além do HPI.
Isto tudo para provar que é possível prosperidade a todos os níveis, ou, arriscando mais ainda, que uma população feliz é depois uma população produtiva economicamente, sem contradição com os mais altos critérios ambientais.
Infelizmente é um exemplo pouco citado, mas seria um modelo óbvio para países como o nosso.
Tirem o Sócrates do Governo, que o meu HPI vai por aí acima e rebenta a escala !
ResponderEliminarManuels,
ResponderEliminarGostei muito do vídeo, que desconhecia. A ingenuidade, parece-me, subsiste num ponto: o de não apontar o sistema financeiro como a principal causa de insustentabilidade ambiental e económica no mundo. Ver banqueiros a preocupar-se com o clima e com o (seu) mercado de carbono, mais um mercado de casino, só por si, devia ser apontado como uma fonte dos problemas que actualmente nos afectam, nunca como um meio para a solução para os mesmos. É verdade que sobre isso o orador não fala. Mas nós dtemos a obrigação de ler nas entrelinhas,e de entender as omissões. Uma das maiores causas de infelicidade no mundo é, actualmente tal como o foi na época da ascensão ao poder de Adolfo Hitler, o SISTEMA FINANCEIRO, a quem indicadores como o PIB convêm, pois só assim é possível globalizar a degradação ambiental. Repare-se que, em muitas zonas do globo, não houve industrialização. Há, por assim dizer, um potencial de destruição ambiental que interessa ao sistema económico-financeiro aproveitar ao máximo. Se o ambiente, ou a felicidade, fossem nesta fase valorizados devidamente, deixava de haver razão para apostar tanto no chamado "desenvolvimento" desses países e zonas apetecíveis do planeta, porque ainda pristinas ou pouco afectadas pela industrialização, e também pelo "cancro" das megacidades. Um dia havemos com certeza de perceber melhor como tudo isto funciona. Oxalá ainda estejamos a tempo de contariar a tendência.
Com um abraço amigo,
Valdemar Rodrigues
Nelson
ResponderEliminarÉ difícil mesmo explicar, a maioria pensa como lhe ensinaram: o dinheiro e a economia em primeiro, e ideias pre-feitas são difíceis de remover. E tem razão, o vídeo ajuda. Espero que em breve coloquem legendas em português, para melhor difusão por cá.
Obrigadae u :)
Nuno
ResponderEliminarPois a mim o que me intriga é tudo o resto :)
Estou a brincar, porque sabemos muito bem o que infelizmente comanda e faz "girar" o mundo (girar, não autodestruir-se) - o dinheiro.
Sem duvida que a Costa Rica é um exemplo a seguir (embora eu não saiba o que é o EPI...).
Esperemos que este índice e o exemplo da Cota Rica venham a ser mais divulgados!
Obrigada pelo comentário
Obrigada
Eduardo
ResponderEliminarEstá bem, desabafe lá :) Não sei se subiria o só o seu HPI ou o do país :) depende das alternativas... mas eu de política... precisávamos mesmo era de uma democracia participativa, que este sistema está podre...
Olá Manuela,
ResponderEliminarO Environmental Performance Index é um quadro estatístico compilado pela Universidade de Yale que analisa diversos indicadores ambientais dos países analisados. Portugal não está numa má classificação neste momento:
http://epi.yale.edu/
Valdemar
ResponderEliminarPois concordo plenamente. O sistema financeiro e o económico também - são duas faces da mesma moeda falsa!
Porque também acho que uma das grandes podridões deste sistema são as mega-corporações, sem rosto e com uma brutalidade estúpida na prossecução dos seus 2 únicos objectivos - lucro e poder.
Eu acho (seriamente) que devia ser mundialmente PROIBIDO que uma empresa possa ser dona de outra - todos os accionistas, sócios, donos, ou lá o que for, de uma empresa, deviam ser pessoas individuais, apenas, com rosto, nome e consequências REAIS a pagar pelos atropelos dos direitos humanos que fazem. Talvez a vergonha limitasse muito as injustiças e disparates.
Muito obrigada pelo esclarecedor comentário, e mais uma vez agradeço o excelente texto que coloquei no "post" "A Falácia do PIB".
Uma abraço
Olá Nuno
ResponderEliminarObrigada, e desculpe a ignorância, que é atrevida, mas assumida :)
Vou espreitar o EPI
@Manuela,
ResponderEliminarEntretanto parece que retiraram os indicadores da produção e consumo de energia da equação desde 2008. Lembro-me que na altura houve alguma polémica por causa dos países que usavam barragens e era contabilizado como positivo, embora depois fossem penalizados no indicador da qualidade de água.
Nuno
ResponderEliminarDei uma vista de olhos rápida (estou com pouco tempo), e parece-me um estudo muito elaborado do ponto de vista ambiental. Pelo menos, o número de factores é enorme.
O HPI parece um pouco mais simplificado, embora leve em linha de conta com a satisfação pessoal (felicidade), que também me parece um factor importante.