Estamos condenados?
Nunca a humanidade inteira enfrentou um problema da dimensão das alterações climáticas! Reconhecer a sua existência e a sua dimensão é o primeiro passo para que se possa fazer o necessário, de forma a mitigar os impactos e desacelerar o processo, que, para muitos, já será irreversível. Estaremos condenados como espécie ou como civilização?
As linhas e imagens que se seguem são extraídas do dossier do Expresso sobre Alterações Climáticas, que é elucidativo e fácil de ler e entender. Aconselho a lerem na íntegra.
O PRAZO PARA SALVAR A TERRA TERMINA EM 2030
Tique-taque tique-taque, o relógio está a contar.
A catástrofe climática parece inevitável e o mundo “está a falhar em travá-la”, como afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, na Conferência da ONU sobre Alterações Climáticas (COP24) em Katowice, na Polónia.
Se não se tomarem medidas ambiciosas nos próximos 12 anos para limitar a subida média global da temperatura a não mais de 1,5° C até ao fim do século, os cenários que se anteveem revelam um planeta muito diferente daquele em que vivemos.
Para a maioria dos que leem estas linhas, a catástrofe pode parecer longínqua mas é já uma fatalidade para muitos. E como disse em 2016 o então secretário-geral da ONU Ban Ki-Moon: “Não existe um plano B, porque não temos um planeta B”.
I. O MUNDO À BEIRA DA CATÁSTROFE
Olhe bem para o gráfico acima destas palavras. A linha amarela representa as alterações nas temperaturas globais em graus Celsius desde a época pré-industrial e não pára de ascender. Sobretudo nos últimos quatro anos, os termómetros do mundo atingiram recordes. Os glaciares estão a derreter a um ritmo mais acelerado do que se previa e as águas dos oceanos estão a subir e a roubar território. Perde-se biodiversidade a um ritmo nunca visto e os fenómenos extremos, como secas, ondas de calor, furacões e outras intempéries agravam-se.
Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), os 20 anos mais quentes do último século registaram-se todos desde 1996 e as temperaturas médias globais já subiram cerca de 1˚C desde a era pré-industrial. Os cientistas temem que as temperaturas subam 1,5˚C já em 2040 e que esta subida mais que duplique até final do século.
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II. AS COP E O DEBATE MUNDIAL SOBRE AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
China, Estados Unidos da América, Europa, Médio Oriente e Índia são os maiores emissores de CO2 no mundo e o gráfico mostra que até 2030 as previsões nesta matéria são as piores possíveis. Em dezembro de 2018, a principal tarefa da COP 24 era a de estabelecer o “livro de regras” do Acordo de Paris, ratificado em 2015 e no qual 195 países se comprometeram a limitar o aquecimento da Terra a 2ºC até ao fim do século, mas a tarefa parece impossível de cumprir. Ao fim de uma semana de negociações em Katowice, na Polónia, os bloqueios fizeram-se sentir: EUA, Rússia, Arábia Saudita e Kuwait anunciaram apenas que iriam “tomar nota” do relatório do IPCC, sem reconhecer a sua importância para travar a catástrofe, reforçando a sua posição de força de bloqueio perante a urgência da ação pedida.
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III. QUAIS SÃO AS SOLUÇÕES?
Desde 1970 que 80% das fontes primárias de energia no mundo estão assentes no carvão, no petróleo e no gás natural e é preciso inverter isto. “A ciência é clara, agora os governos têm de agir mais rapidamente e com mais urgência na ambiciosa ação climática. Estamos a alimentar este fogo quando temos ao nosso alcance os meios para o extinguir”, sublinha Joyce Msuya, vice-diretora executiva do Programa das Nações Unidas para o Ambiente. Para impedir que o termómetro médio global ultrapasse esta linha vermelha, os países têm de acelerar os roteiros para a descarbonização.
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Não é demasiado tarde?
“Cair no desespero ou na desesperança é um perigo tão grande como cair na complacência”, avisa a presidente da convenção da ONU para as Alterações Cimáticas, Patricia Espinoza. Agora é preciso pôr o acordo de Paris em marcha, estabelecer-lhe regras e prazos e aumentar a ambição de cada país, o que depende dos governos e do comportamento daqueles que os elegem. A ONU apurou que 9000 cidades, 240 regiões ou Estados e cerca de 6 mil empresas de 128 países estão já a tomar medidas, o que deixa algum alento. »
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