Ecologia Integral
Ecologia é uma ciência que estuda as relações dos seres vivos entre si e com o ambiente, e considerada um ramo da biologia.
Ecologia profunda é um conceito filosófico, que considera que a natureza possui valor intrínseco, independentemente da utilidade que tem para o ser humano.
Ecologia integral é um conceito que inclui, para além da ecologia ambiental, as componentes sociais, culturais e pessoais numa abordagem integrada, e que tem como documento exemplo a encíclica do Papa Francisco Laudato si' .
Sobre esta perspectiva, vejam o "CADERNO DE VIAGEM - Itinerários pedagógicos para Educar para a Ecologia Integral pela Cidadania Global - propostas para educadores e educadoras. do qual transcrevo alguns parágrafos:
«A crise ambiental é um dos grandes desafios do nosso tempo, ponto de discussão e preocupação quer de líderes políticos, quer da sociedade civil. As alterações climáticas, a poluição atmosférica, do solo e da água, a perda rápida de biodiversidade, a desflorestação, os incêndios, a superabundância de resíduos produzidos em países industrializados e exportados para “países em desenvolvimento”, a falta de acesso a água potável...
Tudo isto aponta num sentido único: a forma como a humanidade no seu todo vive, produz e consome, não só não é sustentável, como denuncia a existência de um abismo entre o ser humano e o planeta, enquanto casa da sua existência. A humanidade corre e orienta-se no sentido do crescimento e desenvolvimento económico e o planeta vai permanecendo como instrumento, cada vez mais gasto,
exausto e frágil, sem possibilidade de regeneração.
Mas esta crise ambiental é apenas uma das várias roupagens que concretizam o ponto onde a civilização moderna e industrializada nos conduziu. Se olharmos pela perspetiva social, não podemos esquecer as injustiças sociais, a pobreza de uma grande parte da população mundial e a exclusão contínua e permanente de alguns grupos que, pelo facto de por exemplo nascerem em determinados países, se veem expropriados dos seus recursos naturais, do acesso à terra, à alimentação e/ou à paz.
Sabe-se, hoje, que a degradação ambiental tem influência direta nas situações de desigualdade e injustiça social à escala global. Ao contrário do que pensávamos há algumas décadas, o nosso paradigma de progresso atual não é sinónimo de bem-estar para todos e todas. Pelo contrário, a tendência tem sido trazer bem-estar para uma minoria reduzida, à custa da extinção de recursos naturais e construindo uma lógica de poder na arena internacional que reforça desigualdades extremas.
Ambiente e sociedade estão unidos por outra crise: a cultural. A globalização da indiferença, como apelida o Papa Francisco1 , é um dos aspetos desta crise.
Indiferença face a outros seres humanos, que tanto podem viver no prédio ao lado como do outro lado do planeta, e que não deixa tempo para o encontro e para vínculos profundos.
Indiferença que acentua fronteiras entre um “nós” e um “eles”, distantes e não incluídos numa conjugação do verbo partilhar na 1.ª pessoa do plural.
Indiferença face à injustiça, que é encarada como azar de alguns/algumas e não como responsabilidade de todos/as.
Indiferença que é potenciada pela cultura do imediato, do descartável, de competição, e que transforma cada relação num meio para um fim de curta duração - seja a relação que mantemos com as coisas, seja com as pessoas, seja com a natureza.
Do “sermos criados” em relação com outros seres humanos, que nos são iguais e com quem co-criamos a realidade, passámos para o “ter relações e fazer networking”.
Instrumentalizamos as pessoas que, nalguns casos tornam-se “descartáveis”, e passamos a assumir “o que posso consumir”, “o que posso ter e comprar”, como a finalidade última das nossas vidas.»
Fonte: https://fgs.org.pt/caderno-de-viagem-itinerarios-pedagogicos-para-educar-para-a-ecologia-integral-pela-cidadania-global/
Ecologia profunda é um conceito filosófico, que considera que a natureza possui valor intrínseco, independentemente da utilidade que tem para o ser humano.
Ecologia integral é um conceito que inclui, para além da ecologia ambiental, as componentes sociais, culturais e pessoais numa abordagem integrada, e que tem como documento exemplo a encíclica do Papa Francisco Laudato si' .
Sobre esta perspectiva, vejam o "CADERNO DE VIAGEM - Itinerários pedagógicos para Educar para a Ecologia Integral pela Cidadania Global - propostas para educadores e educadoras. do qual transcrevo alguns parágrafos:
«A crise ambiental é um dos grandes desafios do nosso tempo, ponto de discussão e preocupação quer de líderes políticos, quer da sociedade civil. As alterações climáticas, a poluição atmosférica, do solo e da água, a perda rápida de biodiversidade, a desflorestação, os incêndios, a superabundância de resíduos produzidos em países industrializados e exportados para “países em desenvolvimento”, a falta de acesso a água potável...
Tudo isto aponta num sentido único: a forma como a humanidade no seu todo vive, produz e consome, não só não é sustentável, como denuncia a existência de um abismo entre o ser humano e o planeta, enquanto casa da sua existência. A humanidade corre e orienta-se no sentido do crescimento e desenvolvimento económico e o planeta vai permanecendo como instrumento, cada vez mais gasto,
exausto e frágil, sem possibilidade de regeneração.
Mas esta crise ambiental é apenas uma das várias roupagens que concretizam o ponto onde a civilização moderna e industrializada nos conduziu. Se olharmos pela perspetiva social, não podemos esquecer as injustiças sociais, a pobreza de uma grande parte da população mundial e a exclusão contínua e permanente de alguns grupos que, pelo facto de por exemplo nascerem em determinados países, se veem expropriados dos seus recursos naturais, do acesso à terra, à alimentação e/ou à paz.
Sabe-se, hoje, que a degradação ambiental tem influência direta nas situações de desigualdade e injustiça social à escala global. Ao contrário do que pensávamos há algumas décadas, o nosso paradigma de progresso atual não é sinónimo de bem-estar para todos e todas. Pelo contrário, a tendência tem sido trazer bem-estar para uma minoria reduzida, à custa da extinção de recursos naturais e construindo uma lógica de poder na arena internacional que reforça desigualdades extremas.
Ambiente e sociedade estão unidos por outra crise: a cultural. A globalização da indiferença, como apelida o Papa Francisco1 , é um dos aspetos desta crise.
Indiferença face a outros seres humanos, que tanto podem viver no prédio ao lado como do outro lado do planeta, e que não deixa tempo para o encontro e para vínculos profundos.
Indiferença que acentua fronteiras entre um “nós” e um “eles”, distantes e não incluídos numa conjugação do verbo partilhar na 1.ª pessoa do plural.
Indiferença face à injustiça, que é encarada como azar de alguns/algumas e não como responsabilidade de todos/as.
Indiferença que é potenciada pela cultura do imediato, do descartável, de competição, e que transforma cada relação num meio para um fim de curta duração - seja a relação que mantemos com as coisas, seja com as pessoas, seja com a natureza.
Do “sermos criados” em relação com outros seres humanos, que nos são iguais e com quem co-criamos a realidade, passámos para o “ter relações e fazer networking”.
Instrumentalizamos as pessoas que, nalguns casos tornam-se “descartáveis”, e passamos a assumir “o que posso consumir”, “o que posso ter e comprar”, como a finalidade última das nossas vidas.»
«Nunca é demais insistir que tudo está interligado. O tempo e o espaço não são independentes entre si; nem os próprios átomos ou as partículas subatómicas se podem considerar separadamente.»
Papa Francisco, 2015Fonte: https://fgs.org.pt/caderno-de-viagem-itinerarios-pedagogicos-para-educar-para-a-ecologia-integral-pela-cidadania-global/
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