Marcha contra a Monsanto - Será que nos importamos com a nossa soberania alimentar?
Hoje é o dia da Marcha Contra a Monsanto, a ocorrer em centenas de cidades do mundo.
Depois da mensagem de Vandana Shiva e da mensagem sobre as razões da Marcha Contra a Monsanto que já começou em algumas partes do mundo, apelo à vossa participação, com a esperança de que este dia marque um ponto de viragem na forma como passivamente as pessoas tem visto a sua liberdade de escolha ser eliminada pelas grandes corporações com a conivência dos governos.
«Será a indignação contra a "Lei de Proteção da Monsanto" um ponto de viragem no Movimento Alimentar?», como diz este artigo do Huffington post?
A Monsanto, sobretudo, mas também outras empresas da biotecnologia e genética, têm imposto ao mundo a alteração genética de plantas e mesmo animais. Não há estudos fidedignos suficientes sobre o impacto na saúde (estão a aparecer agora os primeiros estudos de médio prazo), o impacto na natureza e biodiversidade é assustador, o impacto na economia é devastador (as corporações ganham-no todo à custa da exploração dos agricultores), a liberdade de escolha das pessoas é seriamente diminuída pela falta de informação...
Entretanto, remeto para o vídeo que explica, num minuto, o que são OGM, e deixo aqui a compilação da Ana Teresa (que aqui deixou num comentário), que explica de forma muito clara o que são os transgénicos (e o que está por trás deles), e que está a ser usado num flyer nos Açores:
«Organismos Geneticamente Modificados, OGM ou transgénicos, o que são?
- São seres vivos, plantas, animais e microorganismos aos quais foram inseridos em laboratório e de maneira aleatória (não conseguem controlar onde os inserem), genes de outras espécies.
- Na natureza jamais ocorreriam estas modificações, por exemplo: soja e milho com genes de bactérias, tomates com genes de peixes, alfaces com genes de ratos, etc…
- Os OGM são ambientalmente perigosos, dado que as suas sementes têm contaminado as demais espécies tradicionais de modo incontrolável, apesar das margens de segurança que se impõem entre culturas. Detecta-se pólen a 2 000 m de altitude.
- Está provado que ao fim de alguns anos, os OGM provocam problemas de resistência a pragas, sejam plantas ou insectos. Outros, são aniquilados, tais como as abelhas, responsáveis por 80% da polinização. Os EUA têm vastos exemplos disto.
- Existem grandes indícios de efeitos negativos a longo prazo na saúde humana e animal, apesar destes estudos independentes não terem reconhecimento absoluto, devido ao enorme poder destas empresas. Os estudos que demonstram não haver efeitos negativos, são feitos pelas próprias empresas interessadas em vender.
- As poucas empresas, 6, que possuem milhares de patentes de OGM e as comercializam, têm vindo a comprar todas as outras empresas de sementes tradicionais. (Todas as sementes produzidas nestas culturas, são propriedade destas empresas)
- A maior delas é a Monsanto, que possui 90% do mercado (11 mil patentes), cujo historial de corrupção é vastíssimo. As outras são a Bayer, Syngenta, Dow, Basf e DuPont.
- Milhares de agricultores,tiveram os seus campos contaminados e foram obrigados a destruir as suas culturas e a indemnizar estas empresas, cujo objectivo é dominar o mercado mundial de sementes. Dar dinheiro a estas empresas, é deixá-las dominarem a nossa alimentação. Quem controla a alimentação, controla o mundo.
- As sementes tradicionais são a nossa herança genética e possuem um valor intrínseco incalculável. A humanidade tem-nas usado livremente há mais de 10 000 anos, mas esta liberdade está em risco…e tem-se vindo a perder milhares de espécies.
- Existe um enorme movimento de investigadores e populações contra estes organismos, mas os governos não têm conseguido aguentar as pressões de tão poderosas empresas.
- Curiosamente a Monsanto começou por vender os herbicidas Roundoup e Agente Laranja (este já proibido por ser extremamente tóxico, apesar de na década de 60 terem pulverizado milhares de pessoas com ele, causando imensas doenças), só mais tarde é que começou a vender as sementes das plantas desenvolvidas para sobreviverem ao Roundup.
- Não é uma questão de se estar contra a ciência, mas sim, contra os lucros exorbitantes sem qualquer ética e a perda da nossa auto-sustentabilidade alimentar.
- Com uma nova lei que pretendem aprovar, corre-se o perigo de que as práticas tradicionais dos agricultores se tornem ilegais e estas empresas, dentro da lei.
Manuela,
ResponderEliminarTudo verdades conhecidas que muitos desconhecem.
Após o controle energético e monetário, o controle alimentar é cada vez mais premente.
OGM, patentes sobre seres vivos (que nunca deveriam existir), exclusividade das sementes, representam padrões inadmissíveis a que não nos devemos submeter.
Um grande beijo
Inadmissível mesmo! Há que acordar as pessoas!
EliminarObrigada pela visita, Octopus, e um abraço
Pelos vistos há quem se importe muito... mas não é cá: http://portugalmundial.com/2013/05/hungria-destroi-todas-as-plantacoes-da-monsanto/
ResponderEliminarOlá Fa OR
ResponderEliminarPois, ainda bem :)
Por cá, o governo tomar medidas a sério para proteger a saúde das pessoas e o ambiente, como na Hungria onde destruíram as plantações de transgénicos, decerto só noutra encarnação...
Ou são as pessoas a informar-se e a fazer alguma coisa por elas próprias, ou tudo continua a piorar!