Os verdadeiros valores não têm preço

Infelizmente, a tendência que temos visto é que os mercados agora cheguem a todas as partes da vivência humana. Paga-se por barrigas de aluguer, compra-se o direito a poluir, o direito a não estar na fila, quase tudo se compra, quase tudo se vende.  As recompensas monetárias às crianças pelos bons comportamentos são provavelmente uma das maiores causas deste problema: uma geração que cresceu a achar que o dinheiro é o valor mais importante.  Para trás vão ficando os verdadeiros valores, como a solidariedade, respeito pelo outro, respeito pela natureza. 


A imagem / texto acima foram obtidos a partir do extrato  do livro O Que o Dinheiro Não Pode Comprar de Michael J. Sandel,  filósofo, escritor, professor universitário, ensaísta, conferencista e palestrante, e que enche auditórios e campos de jogos ao ar livre. A  seguir, fica o texto de apresentação do livro da Editorial da Presença : 

«Devemos recompensar monetariamente as crianças por lerem livros ou terem boas notas? Deveremos permitir que as empresas paguem para obterem o direito de poluírem a atmosfera? É ético aceitar ser pago para tatuar o nosso corpo com mensagens publicitárias?

Vivemos numa época em que quase tudo pode ser comprado e vendido. Nas últimas décadas, os valores do mercado infiltraram-se em quase todos os aspetos da nossa vida - saúde, educação, justiça, governo e até família -, e deixámos de ter uma economia de mercado para passarmos a ter uma sociedade de mercado. Mas que preço pagamos por vivermos numa sociedade em que tudo está à venda?

Em O Que o Dinheiro Não Pode Comprar, o autor procura lançar o debate, de forma a repensar o papel e o alcance dos mercados nas nossas práticas sociais, nas relações humanas e na vida quotidiana. E, acima de tudo, Michael J. Sandel procura responder à questão fundamental: como podemos proteger aquilo que é verdadeiramente importante?»




«Para lidar com esta situação, não nos basta protestar contra a ganância; precisamos de repensar o papel que os mercados devem desempenhar na nossa sociedade. Necessitamos de um debate público sobre o que significa manter os mercados no seu devido lugar. E, para que isso aconteça, precisamos de refletir sobre os limites morais dos mercados. Precisamos de nos perguntar se há algumas coisas que o dinheiro não deve comprar. A invasão dos mercados, e do pensamento orientado para o mercado, em aspetos da vida tradicionalmente regidos por normas não mercantis é um dos desenvolvimentos mais significativos dos nossos tempos.»   Michael J. Sandel

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