Apelo de cientistas à proteção contra exposição a campos electromagnéticos
Apelo internacional de 237 cientistas de 41 países pedindo à ONU e à OMS medidas para proteção contra exposição a campos electromagnéticos não ionizantes.
Sua Excelência António Guterres, Secretário Geral das Nações Unidas;
Honorável Dr. Tedros Adhanom, Diretor-Geral da Organização Mundial de Saúde;
Honorável Erik Solheim, Diretor Executivo do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNRP)
Membros das Nações Unidas
Apelo internacional

Estes incluem, mas não estão limitados a, dispositivos emissores de radiação de radiofrequência (RFR), como telemóveis e telefones sem fio e suas estações de base, Wi-Fi, antenas de transmissão, medidores inteligentes e monitores de bebé, bem como dispositivos elétricos e infra-estruturas usadas na distribuição de eletricidade, que geram campos eletromagnéticos de extrema-baixa frequência (ELF EMF).
Base científica para nossas preocupações comuns
Numerosas publicações científicas recentes mostraram que as EMF afetam os organismos vivos em níveis bem abaixo da maioria das diretrizes internacionais e nacionais. Os efeitos incluem aumento do risco de cancro, stress celular, aumento de radicais livres prejudiciais, danos genéticos, mudanças estruturais e funcionais do sistema reprodutivo, déficits de aprendizagem e memória, distúrbios neurológicos e impactos negativos no bem-estar geral em humanos. Os danos vão muito além da raça humana, pois há evidências crescentes de efeitos nocivos para a vida vegetal e animal.
Essas descobertas justificam o nosso apelo às Nações Unidas (ONU) e, a todos os Estados membros do mundo, a encorajar a Organização Mundial de Saúde (OMS) a exercer uma liderança forte no fomento do desenvolvimento de diretrizes mais protetoras das EMF, encorajando medidas de predcaução e educando o público sobre os riscos para a saúde, particularmente o risco para crianças e o desenvolvimento fetal. Ao não agir, a OMS não está a cumprir o seu papel como a preeminente agência internacional de saúde pública.
Diretrizes internas inadequadas sobre as EMF não ionizantes

A OMS adotou a classificação da Agência Internacional de Pesquisa do Cancro (IARC) para os campos eletromagnéticos de frequências extremamente (ELF EMF) em 2002 (3) e para a radiação de radiofrequência (RFR) em 2011 (4). Esta classificação afirma que as EMF são possivelmente cancerígenas para humanos (Grupo 2B). Apesar das duas descobertas da IARC, a OMS continua a sustentar que não existem provas suficientes para justificar a redução desses limites quantitativos de exposição.
Uma vez que existe controvérsia sobre uma lógica para a definição de padrões para evitar efeitos adversos para a saúde, recomendamos que o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA /UNEP) convoque e financie uma comissão multidisciplinar independente para explorar os prós e contras de alternativas às práticas atuais que possam reduzir substancialmente os humanos a exposições a campos RF e ELF. As deliberações deste grupo devem ser conduzidas de forma transparente e imparcial. Embora seja essencial que a indústria esteja envolvida e coopere nesse processo, não se deve permitir que a indústria influencie métodos ou conclusões. Este grupo deve fornecer as suas análises à ONU e à OMS para orientar a ação preventiva.
Coletivamente, também solicitamos que:
2. O reforço das diretrizes e normas regulamentares;
3. Incentivo aos fabricantes para desenvolverem tecnologia mais segura;
4. As empresas responsáveis pela geração, transmissão, distribuição e monitorização da eletricidade mantenham uma qualidade de energia adequada e assegurem a adequada proteção dos fios elétricos de forma a minimizar a correntes nocivas no solo;
5. o público seja plenamente informado sobre os potenciais riscos para a saúde da energia eletromagnética e sobre estratégias de redução de danos;
6. Os profissionais da medicina sejam educados sobre os efeitos biológicos da energia eletromagnética e sejam treinados no tratamento de pacientes com sensibilidade eletromagnética;
7. Os governos financiem o treino e a pesquisa em campos eletromagnéticos e saúde, de forma independente da indústria, e convoquem a indústria a cooperar com pesquisadores;
8. Os meios de comunicação social divulguem as relações financeiras entre os especialistas e a indústria quando ao citam suas opiniões sobre aspetos de saúde e segurança das tecnologias emissoras de EMF; e
9. Devem ser estabelecidas zonas brancas (áreas livres de radiação).
Data de lançamento inicial: 11 de maio de 2015
Data desta versão: 9 de novembro de 2017
As consultas, incluindo as de cientistas qualificados que solicitam que seu nome seja adicionado ao Apelo, podem ser feitas contactando Elizabeth Kelley, M.A., Diretora, EMFscientist.org, em info@EMFscientist.org.
Nota: os signatários deste recurso assinaram como indivíduos, dando suas afiliações profissionais, mas isso não significa necessariamente que isso represente os pontos de vista de seus empregadores ou as organizações profissionais com as quais eles estão afiliados.»
Fonte: https://www.emfscientist.org/index.php/emf-scientist-appeal (tradução livre). Versão traduzida para português do Brasil aqui.
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